Finanças

Governo oferece novo modelo de crédito imobiliário; veja como funciona

Quem quiser contratar crédito imobiliário para ter acesso a sua casa própria pode contar com a novidade do governo federal

O crédito imobiliário é um instrumento financeiro que possibilita a compra de imóveis por meio de financiamento, facilitando o acesso à casa própria e estimulando o crescimento econômico. Essa modalidade representa uma das principais engrenagens do mercado de habitação.

Isso porque conecta famílias que desejam adquirir um imóvel com instituições financeiras dispostas a fornecer recursos mediante pagamento parcelado. Além de impulsionar a construção civil, o crédito imobiliário estimula o consumo, gera empregos e movimenta diferentes setores da economia.

Entretanto, mudanças periódicas nesse sistema tornam-se essenciais para adequar as condições de financiamento à realidade econômica do país, ampliando o acesso da população e garantindo sustentabilidade financeira.

O governo está promovendo um novo crédito imobiliário para facilitar a aquisição da casa própria.
O governo está promovendo um novo crédito imobiliário para facilitar a aquisição da casa própria. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Governo lança novo crédito imobiliário

O governo federal apresentou um novo modelo de crédito imobiliário que pretende transformar a forma como o Brasil financia a casa própria. O anúncio ocorreu em São Paulo, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e marcou o início de uma nova etapa para o setor habitacional.

O objetivo central é ampliar o acesso ao crédito, especialmente para a classe média, e dar novo impulso à construção civil. A proposta busca modernizar o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e torná-lo mais eficiente na captação e na aplicação dos recursos destinados ao financiamento imobiliário.

A modernização foi desenhada para ocorrer de forma gradual, iniciando-se em 2025 e alcançando plena vigência em 2027. Essa transição planejada garante estabilidade para bancos, investidores e famílias, evitando rupturas bruscas no sistema financeiro.

O novo modelo também pretende equilibrar as fontes de captação, tornando o crédito imobiliário mais previsível e acessível. Assim, o governo demonstra intenção de unir inovação e responsabilidade fiscal, buscando um ambiente de crédito mais competitivo e sustentável.

Outro ponto relevante é o compromisso do governo com o desenvolvimento social. Ao fortalecer o crédito imobiliário, a administração federal pretende aproximar famílias de diferentes faixas de renda do sonho da casa própria.

Além disso, a medida visa reaquecer a construção civil, estimulando investimentos privados e públicos. O resultado esperado é a dinamização da economia, com a criação de empregos e a ampliação do número de moradias disponíveis, consolidando o setor como pilar do crescimento econômico nacional.

Saiba mais: Portabilidade de salário vai ficar mais fácil após aprovação do Senado – ProCred 360

O que muda com o novo crédito imobiliário?

As mudanças propostas alteram de maneira significativa a estrutura do crédito imobiliário. Atualmente, 65% dos recursos da poupança são obrigatoriamente destinados ao setor habitacional, 20% ficam retidos no Banco Central e 15% permanecem livres para outras operações.

Esse formato, porém, se mostrou limitado diante da queda nos depósitos de poupança e da concorrência com investimentos de maior rentabilidade. O novo sistema vem justamente para corrigir essas distorções, permitindo que a poupança volte a ser uma fonte efetiva de financiamento.

Outra inovação é o aumento do teto de financiamento no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Essa ampliação expande o alcance do programa e permite que famílias com renda intermediária consigam financiar imóveis de maior valor. Além disso, a Caixa Econômica Federal voltará a financiar até 80% do valor do imóvel, revertendo a redução para 70% que havia ocorrido em 2024. Essa medida aumenta a capacidade de compra e torna o crédito imobiliário mais atraente, especialmente em um contexto de juros estabilizados e inflação sob controle.

O governo também aposta em maior concorrência entre bancos. Com o novo modelo, instituições que não captam recursos de poupança poderão oferecer financiamentos habitacionais em condições semelhantes às dos grandes bancos, por meio de depósitos interfinanceiros imobiliários.

Essa abertura deve estimular a competição, reduzir custos e ampliar as opções disponíveis aos consumidores. Em conjunto, essas medidas tornam o crédito imobiliário mais dinâmico, competitivo e acessível, promovendo uma modernização necessária para sustentar o crescimento do setor.

Veja mais: Consignado CLT vs antecipação do saque-aniversário: diferenças e vantagens – ProCred 360

Como será a transição?

A implantação do novo modelo de crédito imobiliário ocorrerá gradualmente para garantir estabilidade e segurança. Durante o período de transição, o Banco Central reduzirá o percentual de depósitos compulsórios de 20% para 15%, destinando 5% para o novo regime.

Essa alteração liberará cerca de R$ 111 bilhões em recursos já no primeiro ano, com impacto imediato de R$ 36,9 bilhões no financiamento habitacional. Até 2027, o governo espera concluir o ajuste completo, eliminando o direcionamento fixo da poupança e criando um sistema mais flexível e competitivo.

Durante essa fase, o governo prevê aumento progressivo da oferta de crédito e expansão das condições de financiamento para diferentes faixas de renda. O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou que a medida preenche uma lacuna importante no mercado.

Isso acaba beneficiando famílias que não se enquadram no programa Minha Casa Minha Vida, mas também não têm acesso fácil ao crédito tradicional. Com juros limitados a 12% ao ano nas operações do SFH, a expectativa é ampliar o número de contratos.

Além disso, autoridades do setor financeiro reforçaram o impacto positivo da mudança. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, explicou que o modelo permitirá expandir o crédito sem elevar as taxas. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que a proposta é de crescimento sustentável.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que “moradia é direito e crédito é o caminho para alcançá-lo”. Se bem implementado, o novo sistema consolidará um novo ciclo de crescimento econômico e social, aproximando milhares de famílias do sonho da casa própria.

Veja outros: Pix por imagem e nova tecnologia liberada pelo Banco Central – ProCred 360

Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo